ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P024

Poster (Painel)


P024

Níveis de pressão sonora na cozinha de um hospital universitário

Autores:
MASCARENHAS, V.D.1, SOUZA, V.M.1, ANTAS, L.O.F.S.1, ANDRADE, W.T.L.1
1 UFPB - Universidade Federal da Paraíba

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: Os efeitos nocivos do ruído no ser humano dependem da sua intensidade e duração (LEÃO et al., 2010). Apesar da intensidade mínima capaz de provocar alteração auditiva ser de 85dB, sabe-se que intensidades menores do que esta são capazes de provocar alteração em outras funções orgânicas. Uma das principais consequências da exposição contínua a ruídos é a perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO). A PAIRO é caracterizada por uma lesão coclear (sensório-neural) irreversível, provocada por prolongada exposição a alta intensidade, atingindo inicialmente as frequências agudas (3kHz a 6kHz), podendo estender-se as demais frequências, de acordo com o tempo (COELHO, 2010). Nesse contexto, as cozinhas industriais, pelo fato de possuírem equipamentos que geram fortes intensidades sonoras, podem ser um ambiente de trabalho passível de desencadear prejuízos à saúde do trabalhador. Objetivo: Investigar os níveis de ruído na cozinha de um hospital universitário. Método: Foi realizada a medição da pressão sonora na cozinha de um hospital universitário, por meio de um medidor de pressão sonora da marca Minipa. Foi medida a intensidade sonora emitida pelas seguintes máquinas: descascador de batatas, panelas industriais de vapor, báscula, exaustor, batedeira de purê, cortador de legumes e lavadora de pratos. Além disso, foi realizada a medição dos níveis de pressão sonora do refeitório, situado externamente à cozinha. As medições foram realizadas em horário de pico (12h). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Universitário Lauro Wanderley sob número 215.544. Resultados: Foram encontrados níveis de ruído potencialmente ruidosos para a saúde do trabalhador, incluindo a audição. O descascador de batatas atingiu 71dB (sem batatas) e 95dB (com batatas). O lavador de pratos atingiu 87dB, no entanto, no momento da medição, não estavam sendo lavados pratos, situação em que, segundo os funcionários da cozinha, este equipamento atinge uma intensidade ainda maior. O exaustor, as panelas industriais de vapor, a batedeira de purê e o cortador de legumes alcançaram intensidades inferiores a 85dB, respectivamente, 81dB, 68dB, 73dB e 79dB. No refeitório, foi verificada intensidade sonora de 86dB. Otênio et al. (2007), estudando a intensidade sonora em uma cozinha hospitalar, verificaram que houve variação entre 60 e 80dB, sendo o ruído provocado por exaustores de fogão, exaustores de parede, materiais metálicos (talheres e louças) e equipe de funcionários. Já Leonel (2009) constatou que as áreas da cozinha que dão maior contribuição para o nível de pressão sonora elevado são as áreas quentes, tendo como fatores, além do ruído de fundo, a contribuição das panelas de pressão, da chapa, das fritadeiras e do motor precipitador eletrostático do exaustor. Conclusões: Foram encontrados níveis elevados de pressão sonora que se configuram como fatores de risco para o desencadeamento de alterações auditivas, assim como de outras funções orgânicas (alterações extra-auditivas). Sendo assim faz-se necessária a implantação de um Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA), assim como um Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional (PCMSO), visando implementar estratégias para minimizar os riscos e danos a que estes trabalhadores estão expostos.

Palavras-chave:
 Audição, Ruído ocupacional, Trabalho